Como pode um Deus de amor condenar as pessoas ao inferno?

Há uma concepção errada a respeito de Deus. Pois há muitos pregadores e pastores, que ao falar sobre Deus enaltecem apenas os atributos que lhes favorecem, e não levam em conta que todo aquele que se levanta para falar em nome de Deus precisa anunciar TODO o seu conselho, como fez Paulo aos anciãos de Éfeso (At 20:27).
Há uma tendencia em pregar apenas o Deus de amor nas igrejas hoje, e isso é verdade, Deus é amor (IJo 4:8) e (Jr 31:3). Veja que nesta passagem Deus nos ama com amor eterno, e com benignidade nos atraiu até Ele.
Mas o mesmo Deus de amor, também é o Deus de justiça e juízo. Amor e justiça são atributos de um mesmo Deus.
Vejo que é muito difícil as pessoas aceitarem que um Deus de amor pode condenar pessoas ao inferno. Não estou aqui para ser o advogado de Deus, mas para expor os princípios de um Deus imutável.
O primeiro princípio que quero abordar é que não podemos desassociar os atributos de Deus. Amor e justiça sempre caminham juntas na Bíblia .
Jeremias 9:24 - Em algumas traduções desta passagem a palavra misericórdia foi substituída por beneficência.
Misericórdia: De benigno, bondoso, compassivo, sentimento doloroso causado pela miséria de outrem (II Cr 30:9/ Sl 103:8/ Jl 2:13/ Sl 111:4)
Beneficência: Ato de fazer bem (Ex 15:13)
Tanto a misericórdia quanto a beneficência são atos de amor.
Na mesma passagem de Jeremias 9:24, também diz que o Senhor é aquele que faz juízo e justiça na terra.
Juízo: Ato de julgar, que Deus pronunciara no fim do mundo. Deus trara nossas obras ao seu tribunal para serem julgados e executar a sua justiça. (Ec 12:14)
Justiça: É a virtude de dar a cada um aquilo que é seu, a justiça é aplicada após o juízo. (Mq 6:8 / Jr 17:10).
Em Salmos 89:14 e 101:1, vemos mais uma vez as palavras misericordia, justiça e juízo juntas.
Segundo principio que quero abordar, todo país tem a sua constituição, seu conjunto de leis que rege seus habitantes, mostrando-lhes seus direitos e deveres, e que contem normas sobre a formação dos poderes.
Da mesma forma o reino de Deus possui a sua constituição (Bíblia), e cabe a nós , herdeiros deste reino, cumprir o que esta escrito nela. Caso contrario sofreremos as consequencias.
Ao contrario da constituição de um país, como Brasil por exemplos, que é cheio de emendas e brechas, a palavra de Deus é santa e perfeita.
Toda palavra que saiu da boca de Deus, certamente se cumprira, porque Ele mesmo a fara cumprir. (Jr 1:12/ Is 55:11)
Muitos tem dificuldade em aceitar isso, mas Deus não pode voltar atrás com a Sua palavra.
Ex.: II Sm 6: 3-8 , nesta passagem Davi estava trazendo a arca para Jerusalém, e havia uma grande festa por isso (vs 5), mas de repente os bois que levavam a arca tropeçam, e para que a arca não caísse, Uzá estende a mão e a segura. Na versão ARC (Almeida Revista e Corrigida) desta passagem no versículo 7 diz que Deus feriu Uzá ali mesmo, por causa desta imprudência.
Querido(a) leitor(a), confesso que quando li esta passagem pela primeira vez, assim como Davi, eu também me entristeci. E fiz as mesmas perguntas que muita gente faz:
Precisava matar Uzá por causa disto?
Não foi ele que evitou a queda da arca?
Deus o recompensou com a morte por causa disto?
Porque Deus o matou?
Porque Deus escolheu os filhos de Levi para levarem a arca, e ministrarem perante Ele a favor dos filhos de Israel. (Dt 10:8).
Deus havia ordenado que todo estranho (que não fossem levitas) que tomasse parte neste ministério seria morto (Nm 3:10).
Deus havia estabelecido isso na Sua palavra, não poderia voltar atrás, e Davi sabia disso (ICr 15:2).
Deus matou a Uzá, porque ele não era um levita. Deus é Santo e honra a Sua palavra.